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Perdão e Saúde

Perdão, mais que uma palavra, é uma atitude. Uma atitude dirigida ao próximo e a si mesmo. Um novo conceito sobre o perdão está surgindo através de vários experimentos científicos, especialmente na área da medicina. Perdão e saúde estão intimamente ligados. O Dr. Deepak Chopra cita em seu livro Ageless Body, Timeless Mind – The Quantum Alternative to Growing Old, que alguns cardiologistas americanos perceberam que a maioria de seus pacientes com problemas cardíacos não estavam apenas tendo uma alimentação inadequada ou com falta de atividades físicas.

Esses cardiologistas perceberam que os sintomas físicos de seus pacientes estavam associados a sintomas emocionais. Durante as consultas médicas os pacientes mencionavam fatos passados, como por exemplo: mágoas, ressentimentos, remorsos, etc., que sentiam no peito.

Os médicos começaram a perceber que quando os pacientes falavam sobre suas mágoas, decepções, e outros sentimentos, seus pacientes melhoravam. A melhora era visivelmente superior quando estes conseguiam perdoar quem os havia magoado ou quando conseguiam se perdoar. Atualmente os cardiologistas, antes de receitarem qualquer tipo de droga (medicação alopática), perguntam aos seus pacientes:  “A quem você precisa perdoar?” Nesse momento os cardiologistas explicam para os mesmos que os medicamentos são eficazes até certo ponto. Junto com a mudança de hábitos, que envolve uma dieta mais saudável e exercícios físicos, existe a necessidade de se praticar o perdão.

Perdão não é um evento, mas sim um processo. Antes que o perdão  se torne uma atitude ou um estilo de vida, o mesmo precisa ser entendido não somente a nível racional, mas também sentido como uma forte emoção, acompanhada de compreensão e compaixão.  Eu costumo dizer que o perdão acontece em “camadas.” Isto significa que o perdão é resultado de um processo que é composto por diferentes níveis. Eu me recordo de trabalhar o perdão em minhas sessões de psicoterapia de abordagem behaviorista-cognitivista.

Eu racionalizava tudo, achando que seria sensato perdoar quem havia me magoado e me perdoar também por ter errado. Mas com o passar dos anos eu fui percebendo que esse tipo de perdão que eu chamo de “perdão racional”, é apenas a ponta do iceberg. Nesse estágio o perdão é visto a partir de uma perspectiva racional.

O perdão é “a coisa certa a ser feita” afim de resolver um determinado conflito emocional. Neste nível a pessoa tenta entender, a nível cognitivo, as razões que levaram alguém a machucá-la a nível emocional ou até mesmo físico. Seria tudo muito simples se o processo do perdão terminasse aqui. Porém, como somos muito mais que a soma de nossas partes, somos seres holísticos, inteiros, o perdão para ser completo, precisa acontecer em outros níveis também.

No segundo estágio, o perdão vai além do nível da percepção e da racionalização. Aqui o perdão atinge o nível da “conscientização.” Neste estágio a pessoa se permite a “sentir o perdão.” Nem todas as pessoas tem a coragem de enfrentar esse desafio que, a longo prazo, traz recompensas imensuráveis. Nesta parte do processo do perdão, a pessoa retorna à situação traumática, sente toda sua dor na plenitude e, finalmente, solta as amarras relacionadas com essa situação. Neste momento do processo a pessoa se permite a sentir decepção, angústia, frustração, raiva, sentimento de impotência, etc.

Mas paradoxalmente, quando essa dor é expressada de uma forma positiva: esmurrando uma almofada, chutando uma pedra, fazendo exercícios físicos vigorosos ou gritando ao vento;  a dor é liberada. O grande paradoxo do perdão é que, a fim de nos livrarmos da situação dolorosa, temos que sentir a dor. Assim que esta é sentida, ela se vai. O que mais nos machuca é o medo ou a resitência de sentir a dor. Neste estágio a pessoa não está preocupada em entender as razões que levaram o outro a magoá-la, e sim, em se permitir a sentir suas emoções, expressá-las de forma que não machuquem ninguém e deixá-las partir.

Num terceiro plano o perdão é vivenciado a nível físico. Sabemos que as células do nosso corpo tem memória própria, o que significa que todo sofrimento causado a nível emocional fica registrado a nível físico em cada célula no nosso corpo por diversas reações químicas e fisiológicas transcorridas durante  o momento de intenso stress. Esta memória é armazenada nos músculos, órgãos, nervos e até mesmo nos ossos. Neste estágio do perdão reconhecemos que as memórias dolorosas vivenciadas, principalmente na infância, estão armazenadas em nosso organismo.

Diferentes tipos de massagens, yoga, trabalho de conscientização corporal, anti-ginástica, Feldenkrais, ou qualquer tipo de trabalho que integre corpo, mente, emoção e espírito é altamente valioso para dissolver a dolorosa memória que ficou registrada a nível celular.  Não é coincidência sentir vontade de chorar mesmo após uma massagem para relaxamento. Pois não só seus músculos estão relaxando, mas suas células também. Mesmo parecendo tolo, esse choro significa que seu corpo está soltando memórias doloridas que talvez você nem se lembre mais,  mas que é necessário, pois se continuar acumulando essas memórias, as mesmas produzirão uma doença mais grave no futuro. O nosso corpo físico é muito mais sábio do que pensamos.

No quarto nível, o perdão acontece no nosso corpo etéreo. Nem sempre é fácil detectar esse estágio a nível consciente, pois a energia da dor emocional está estagnada na aura da pessoa; ou seja, em seu campo energético. Uma forma de se perceber a estagnação da energia é reparar se a pessoa se sente presa, bloqueada em algum setor de sua vida, como por exemplo, financeiro, amoroso, de saúde, amizades, etc.

Ou se uma determinada situação, indesejada, sempre se repete na vida da pessoa. Neste estágio temos que “limpar ou clarear” nosso campo energético. Profissionais que trabalham com Reiki, Cura Prânica, Cura pela Impostação das Mãos, Florais de Bach ou Californianos e Constelação Familiar são os mais indicados. Nesse nível a pessoa não tem que saber o que ou quem ela precisa perdoar. Não há necessidade de controle, racionalização ou compreensão intelectual. Só é preciso que a pessoa tenha uma boa disposição para deixar partir o que não serve mais para o seu equilíbrio energético. Nesse nível, sonhos muito interessantes e de grande conteúdo simbólico acontecem como uma forma de purificação.

Quando você se sente muito desconfortável num lugar, ou ameaçado na presença de uma alguma pessoa que você acabou de conhecer, ou simplesmente quando você “não vai com a cara” do lugar ou da pessoa, normalmente isso é, erroneamente, chamado de pensamento ou sentimento “irracional.” Irracional é a denominação utilizadas por profissionais da psicologia e da medicina quando estes não sabem explicar a origem dos mesmos; esta é a minha conclusão depois de muitos anos atuando nesta área.  Quando essa “irracionalidade”  se torna mais presente e frequente em nossa vida, é chegada a hora de embarcarmos numa fascinante viagem no túnel to tempo.

Segundo a Física Quântica, o tempo não é linear. Somente existe é a eternidade, que eu chamo de “eterno presente.”  Nesse quinto nível do perdão, a pessoa  “sente” que seu conflito emocional tem uma origem que pode ser além de sua vida atual. Como só existe o presente, o que aconteceu em uma vida “passada”, continua acontecendo no presente.

Aqui a Teoria das Supercordas, da Física Quântica, se aplica perfeitemente, pois seria tolice pensarmos que o mundo só existe em três dimensões. Como estamos conectados a tudo e a todos a nível subatômico, o que aconteceu no que chamamos de passado em nossa realidade, na verdade ainda continua acontecendo. Uma “regressão” à origem do problema é uma excelente técnica para entender e solucionar o que continua acontecendo e bloqueando nossa vida atual num plano de três dimensões.

Terapia de Vidas Passadas ou a Anjo-Terapia não só ajudam a resolver o problema na raiz como ajudam a mudar o script negativo (para positivo) que ficou impregnado no subconsciente da pessoa. Quando um indivíduo atinge esse nível de conscientização, uma completa integração dos níveis de perdão é atingida. Agora sim a pessoa pode dizer, do fundo de seu coração, que ela perdoa seu próximo e a si mesma. Desta forma a saúde física, mental, emocional e espiritual é restaurada. Esta é a razão pela qual eu acredito que, viver como um ser humano no planeta Terra é uma aventura abençoada! Somos seres incríveis e muito mais estamos por descobrir sobre nós mesmos. Sabendo disso, há quatro séculos antes de Cristo, o grande filósofo grego, Sócrates, disse com muita convicção: “Conhece-te  a ti mesmo!” 

Referências

         Chopra, Deepak, Ageless Body, Timeless Mind, 1993

         Gerber, Richard, Vibrational Medicine, 2001

         Honervogt, Tanmaya, The Complete Reiki Tutor, 2008

         Lasater, Judith H., Restore and Rebalance – Yoga for Deep Relaxation, 2017

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